Sobre “Deus da Carnificina”

“Deus da carnificina”, último filme do conceituado diretor Roman Polanski, estreiou em nossas telas de cinema recentemente. Adaptando uma peça teatral da francesa Yasmina Reza, esse tem sido um filme polêmico nos últimos dias: A divisão das opiniões é um tema frequente nos sites de crítica de cinema.

Sem entrar no mérito crítico do filme, aqui vamos falar exclusivamente de seu argumento. Um excelente argumento, diga-se de passagem!

Na cidade de Nova Iorque, dois casais se encontram para falar sobre um fato ocorrido entre seus respectivos filhos. O primeiro casal é formado por Nancy e Alan (Kate Winslet e Cristoph Waltz), que vai ao apartamento do casal Penelope e Michael (Jodie Foster e John C. Reilly). É nesse contexto que se passa o filme: um apartamento como cenário de discussão de uma briga corriqueira entre crianças.

A princípio, os pais tentam resolver o assunto dentro das normas sociais e morais cabíveis, mas logo nos primeiros minutos do filme, a conversa começa a tomar outros níveis. Como algo bem comum da nossa sociedade, os pais começam a “sentir as dores” dos filhos, dentro de um “conflito” completamente normal no comportamento das crianças. Ai é que começa o filme! Os argumentos apresentados pelos pais, ora cabíveis, ora completamente dotados da típica “picuinha humana”, torna as quase duas horas de filme baseadas nesse argumento.

Em alguns momentos, os casais quase se acertam, mas sempre alguém resolve comentar “algo” no final da conversa que faz conflito ressurgir, cada vez numa proporção maior. E naquela sala de apartamento, os casais vão se degladiando numa luta psicológica infinita, as máscaras caem e aparece o que de fato somos: seres mesquinhos e egoístas.

O filme é um perfeito retrato do que somos nós! Somos mesquinhos, egoístas e nos recusamos a ver os fatos como são.
Poderíamos passar horas debatendo o filme no contexto psicológico, moral, emocional, filosófico ou em qualquer outra área de estudo do comportamento humano. Aconselho a todos que assistam esse filme! Mas assistam com a mente aberta, é uma diversão garantida e não há como você não se identificar com todos os personagens. Afinal de contas, como dizem por ai: “Quem nunca???”

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